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PLANO A (Plan A)




JORNADA PESADA NOS ABISMOS A VINGANÇA


por Antônio de Freitas


Plano A é dirigido pela dupla de irmãos israelenses Doron e Yoav Paz, e parece que isso é uma moda que começou com os irmãos (agora irmãs) Wachowski (Matrix, 1999). No currículo deles tem dois filmes de terror e um drama psicológico bem pesado. E eles entregam aqui uma história onde não existe a vergonha de carregar nas tintas. É também algo que não vai agradar a todos. Uma típica, mas não repetitiva, história de vingança baseada em terríveis fatos reais descritos pela pesquisadora israelense Dina Porat em seu livro “Nakam”.

A ação se passa na Alemanha de 1945, logo depois de sua rendição e ocupação pelas tropas dos aliados. A situação é de caos total com as cidades destruídas e as pessoas andando desorientadas por todo lado procurando por familiares, amigos ou simplesmente tentando sobreviver. Entre eles está Max, sobrevivente de um campo de concentração que procura por sua família, na sua jornada se depara com a destruição do país onde nasceu e as consequências psicológicas na população com as pessoas deixando de lado qualquer ética para tentar sobreviver, mesmo prejudicando os outros.


Recusando a ser maculado pela selvageria que tomou conta de todos, Max se concentra em procurar sua família e, na sua agoniante busca, toma contato com os restos humanos da destruída Alemanha onde o nazismo ainda vigora nos bastidores da sociedade. No meio desse caos ele encontra uma tropa de soldados judeus enviados pela Inglaterra que caça colabores do nazismo, não hesita em julgá-los e executá-los no mesmo lugar em que foram achados. Max hesita, mas ao saber que sua família foi dizimada se deixa levar pelo sentimento de vingança e vai se encontrar com outro grupo de nome Nakam (a palavra bíblica que significa vingança) que planeja algo muito, mas muito maior, e é essa missão a história que o filme quer contar.


Sem vitimização e se colocando no ponto de vista de Max com suas dores e dilemas, o filme conta sua história sem muita criatividade além do assunto inédito em uma produção bem feita, mas sem pontos altos que a tornem uma grande obra do cinema. Pode ser chamada de uma produção feita com competência e vale muito a discussão sobre o sentimento de vingança onde se questiona se a vítima, ao se vingar, se transforma ou não em uma criatura tão má como seu algoz. Vale a experiência em assistir e tomar contato com mais um dos milhares de fatos que ainda devem estar ignorados desse evento terrível que foi a Segunda Guerra Mundial.


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