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QUANDO HITLER ROUBOU O COELHO COR DE ROSA (Als Hitler Das Rosa Kaninchen Stahl)



RECICLANDO UMA VELHA FÓRMULA

por Ricardo Corsetti

O cinema Internacional (sobretudo o norte-americano) já produziu centenas de filmes que falam diretamente ou ao menos tem o Nazismo como pano de fundo. Por isso mesmo, às vezes temos a sensação de que trata-se de um assunto já esgotado pelo desgaste causado pela incansável exploração do tema ao longo de décadas de produção cinematográfica que giram em torno dele.



Assim sendo, nos dias de hoje, na melhor das hipóteses, um novo filme que venha a abordar o assunto pode, no máximo, ser aceitável, em função de uma possível criatividade no formato narrativo, como ocorreu com o recente Jojo Rabbit (Taika Waititi, 2019), que encanta pela forma inovadora e, pasmem, até divertida com a qual lida e apresenta um tema normalmente tão pesado.

Já no caso de Quando Hitler Roubou o Coelho Cor de Rosa, dirigido por Caroline Link (A Música e o Silêncio, 1996), o formalismo narrativo com o qual a trama é conduzida, embora compreensível devido ao fato de que trata-se da adaptação de uma obra literária semi-biográfica, escrita por Judith Keer (1923-2019), não chega a surpreender ou mesmo verdadeiramente encantar o espectador já familiarizado com o estilo narrativo padrão.


Embora tecnicamente bem realizada, a produção alemã que gira em torno da garota Anna (Carla Juri) que teria seu coelhinho de pelúcia roubado pelo nazismo, realizando assim uma clara metáfora acerca da perda da inocência, não chega necessariamente a envolver.



Apesar das boas referências contidas e identificáveis, tais como uma cena que faz clara menção a O Balão Vermelho (1956), clássico absoluto da cinematografia francesa dirigido por Albert Lamorisse; o filme de Caroline Link peca pela falta de um mote realmente original, tanto em termos temáticos quanto narrativos.


Entre erros e acertos, Quando Hitler Roubou o Coelho Cor de Rosa caminha sobre a linha tênue que separa as grandes obras já realizadas no cinema sobre nazismo, ou mesmo sobre a perda da inocência, e a categoria dos filmes bem intencionados, mas apenas medianos.




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