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UM DIA PARA SEMPRE (Hello Again: A Wedding Day)




O AMOR É ESTRANHO, A AMIZADE É OURO


Depois de ganhar cinco prêmios - um deles, o de melhor roteiro para Napola – Elite für den Führer (2004) - e uma indicação em Festivais de Cinema Alemão, sua terra natal, Maggie Peren - um pouco antes do início da pandemia - resolve fazer sua comédia romântica e entende que foi bem melhor lançá-la agora, quando o público passou por uma experiência de confinamento, pois sua história tem um loop temporal prendendo os personagens dentro do mesmo dia.

Zazie tem um relacionamento difícil com a sua família e vai morar com amigos. Um deles é narcoléptico e recebe um cuidado especial quando apaga para não cair e se machucar. O outro é um solteiro mulherengo, ambos fizeram um pacto com Zazie de não se envolverem, inclusive sexualmente. Tudo muda quando chega pelo correio - para Zazie - um convite de casamento de Philipp com Franziska: o seu melhor amigo com sua rival de infância, respectivamente. Zazie põe na cabeça que Phillipp está cometendo o maior erro da sua vida e ela precisa impedir isso, pois percebe que possui um sentimento por ele que pode ser amor. Então a magia acontece, ela cai em um loop temporal. Não consegue sair do dia do casamento. A construção do seu aprendizado, visto nas mudanças das outras pessoas quando se muda o seu comportamento, vai dar ou não o caminho para ela deixar de viver repetidamente nos mesmos erros e picuinhas evitáveis do seu cotidiano.


Impossível não lembrar do “Casamento do meu melhor amigo” (P. J. Hogan, 1997), com Julia Roberts e Cameron Diaz, por se passar no dia do casamento do amigo de infância da protagonista. E também de Feitiço do Tempo (Harold Ramis, 1993), com Bill Murray e Andie MacDowell, por também ter um loop temporal onde o meteorologista Phil usa essa prisão para reconstruir seus sentimentos (assim como Zazie).


Me vem a cabeça o filme brasileiro Tudo bem no Natal que vem (Roberto Santucci, 2020) e o seriado da Netflix Boneca Russa (Amy Poehler e Natasha Lyonne, 2019). Semelhança só em viver o mesmo dia sempre.


A diretora e roteirista Maggie Peren é fã de comédias românticas americanas. Suas 4 preferidas são: Quatro Casamentos e um Funeral (Mike Newell, 1994), Um lugar chamado Notting Hill (Roger Michell, 1999), Brilho eterno de uma mente sem lembranças (Michel Gondry, 2004) e 500 Dias com Ela (de Mark Webb, 2009). Todas certamente a influenciaram na sua comédia romântica.

"Quando você escreve e dirige, o resultado final fica o mais próximo do que você queria passar, não tem a visão de outro diretor sobre o seu roteiro, porém não podemos esquecer da edição". Maggie Peren, além de se cercar de ótimos atores, contou com o talento do editor Robert Hauser, que, pela história, teve que repetir imagens e fazer cenas diferentes com elas.


O sitcom Friends - de 1994 - tinha como mote a seguinte questão: Os amigos são a família. Quando saem de casa, muitos jovens vão morar em apartamentos compartilhados. A atriz Alicia Von Rittberg - que faz a protagonista Zazie -, na vida real, desde que saiu da casa dos pais foi morar desta forma, o que lhe deu mais experiência na sua interpretação. Para a diretora/roteirista, o fundamental numa comédia romântica é a química entre o casal, em Um Dia Para Sempre a atriz alemã e o ator bosniano Edin Hasanovic (Lara, 2021) já haviam trabalhado juntos uma vez e se tornaram bem amigos passando essa cumplicidade para a tela. Gosto do casal e de todo o elenco. A personagem de Hasanovic sofre de narcolepsia, uma espécie de epilepsia que faz com que a pessoa apague. Um desafio para o ator que se saiu muito bem.


Um Dia Para Sempre é um bom entretenimento, diverte e nos faz refletir que, entre as várias possibilidades que a vida oferece, temos a liberdade de escolher apenas uma. Haja sabedoria para seguir o caminho do coração.




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