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CERIMÔNIA DE ABERTURA DO 35º KINOFORUM


por Antônio de Freitas


Na noite do dia 21 de agosto de 2024 foi realizada a cerimônia de abertura do 35º Festival Internaiconal de Curtas-metragens de São Paulo - Kinoforum, a maior mostra de curtas metragens de nosso país. Realizada no Cinesesc da Rua Augusta, a festa teve adesão em massa de todos aqueles que apreciam e os que fazem parte do universo de realizadores de curtas-metragens.


O cinema não teve poltronas suficientes para acomodar a multidão que presenciou uma apresentação capitaneada pela Mestre de Cerimônia Nayara de Deus, cujos pontos altos foram a passagem do cargo de Presidente da Associação Cultural Kinoforum para Patrícia Moran e uma série de homenagens agradecimentos à Diretora Executiva Zita Carvalhosa que é considerada uma das figuras mais importantes na realização deste evento, que já é parte importante do calendário cultural de São Paulo.


Para a satisfação de todos foi anunciada a expansão do alcance da mostra com a inclusão nos Programas Especiais de uma mostra focada na produção africana, outra na produção de animação feita por mulheres latino americanas, uma coletânea de curtas do cultuado diretor Win Wenders (Paris, Texas, 1984) que inclui um filme inédito, uma homenagem a Jonathan Glazer (Reencarnação, 2004) e um painel da geração pós-90 de Taiwan. Tem como ponto alto uma homenagem ao grande ator Paulo César Pereio (1940 - 2024). Além disso, um de curtas de temática infanto juvenil e outra dedicada ao terror e sobrenatural.


A conclusão é que estão apresentando produções para satisfazer a todos gostos. E a mostra estará em salas que cobrem uma grande parte da cidade com o programa Cinema na Comunidade. O interessado poderá entrar em contato com filmes de curta-metragem de países do mundo inteiro, saídos de uma rigorosa seleção após verem quase 3 mil produções. Uma oportunidade rara e completamente grátis. Para informações mais detalhadas, o endereço do site da mostra é https://2024.kinoforum.org/


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UM CLÁSSICO MENOR


por Ricardo Corsetti


Relançado nos cinemas brasileiros, na última quinta-feira (15/08), o filme Revoada do cineasta sergipano José Umberto Dias (O Anjo Negro, 1972), originalmente lançado em 2008, nos faz relembrar um dos subgêneros mais típicos e recorrentes do cinema brasileiro: o filme de cangaço.


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Infelizmente, porém, o filme não tem brilho e nem mesmo o ritmo necessário a um filme do subgênero em questão, para cativar o espectador.


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Salvo a boa atuação do protagonista Lua Nova, vivido pelo experiente Jackson Costa (O Homem do Mar, 2006) e a presença da bela Analu Torres (Eu Me Lembro, 2005) vivendo a cangaceira Jurema, realmente pouca coisa se destaca ou é verdadeiramente digna de nota.


A trama confusa e mal desenvolvida, também não colabora para o êxito de Revoada. Além disso, o tom da maior parte das atuações coadjuvantes, é afetado e equivocado.


Por conta de tudo isso, talvez apenas o fator "redescoberta" do filme, rodado já há mais de uma década, possa atuar no sentido de despertar o interesse em vê-lo (ou revê-lo) por parte do público.






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A UNIÃO FAZ A FORÇA

 

por Antônio de Freitas


O Último Pub começa com uma apresentação através de uma espécie de história em quadrinhos com fotos em preto e branco acompanhada de diálogos, já demonstrando a linguagem documental característica do diretor Ken Loach (Você Não Estava Aqui, 2019). Em poucos minutos, somos informados que uma família de refugiados sírios acabou de chegar na pequena cidade inglesa de Durhan e vai se instalar em uma das inúmeras casas geminadas do lugar. Isso não é visto com bons olhos por vários habitantes que presenciam a chegada e fazem questão de demonstrar sua hostilidade. A van que traz a mudança é circundada por valentões locais e um deles quebra a câmera da adolescente Yara, vivida pela novata Ebla Mari, que estava tirando fotos da rua antes de sair do veículo.


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O solitário dono do pub local T.J. Ballantyne - interpretado por Dave Turner (Você Não Estava Aqui, 2019), - se solidariza com a família e ajuda Yara a se livrar do rapaz. Ela, mais tarde, o procura no trabalho para agradecer e pedir para que a ajude a identificar o valentão. Isso é o gatilho para o início de uma amizade e PJ embarca na missão de ajudar aqueles refugiados a se adaptarem a sua nova moradia e enfrentarem a rejeição dos moradores locais. E presenteia Yara com uma antiga câmera fotográfica de seu pai cujas fotos documentando a vida da cidade decoram o pub já decadente e apenas frequentando por senhores de idade.


Inspirada pela exposição do pai de PJ e conduzida por ele, a fotojornalista iniciante fotografa a cidade e seus habitantes. Pouco a pouco ela se dá conta de que eles representam duas tragédias: a da cidade que perdeu a mina que dava empregos e a da guerra que destruiu a vida de Yara. Notando que a hostilidade da cidade é uma válvula de escape da pressão exercida pela péssima situação em que se encontram os habitantes e, baseada nas experiências da guerra na Síria, Yara vai propor que tentem reviver o pub de PJ para que ele volte a ser um ponto de encontro dos moradores. Assim, passando por cima das diferenças culturais, poderiam se unir para enfrentar juntos os problemas que assolam aquele local.


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Essa luta da dupla torna-se a espinha dorsal de um filme repleto de pequenos e belos momentos da vida real. As fotografias de Yara são exibidas no pub e leva os habitantes dali a darem uma olhada em si mesmos, em uma das várias cenas simbólicas interpretadas por um elenco que é feito na maioria por pessoas comuns. Esta é uma característica forte dos filmes de Ken Loach: elenco de novatos, não profissionais e muita improvisação em locações reais. Ele cria cenas, personagens e histórias que refletem problemas atuais que vemos em notícias e vídeos na Internet. No caso desse filme é a queda do padrão de vida da Europa após a mudança do cenário econômico mundial que leva a polarização ideológica, violência e xenofobia.


Para uma população frustrada, a culpa é sempre dos outros. No caso, os imigrantes. Mas nesse filme, com delicadeza e muita poesia, Ken Loach mostra a história de uma pequena tentativa de estabelecer um diálogo entre pessoas que, apesar de serem tão diferentes, podem carregar consigo mesmas sentimentos iguais.




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Também escreve esquetes de humor para internet (algumas no programa que também produziu chamado Dedo Indicador) e contos ainda não publicados. Atualmente está filmando dois curtas de sua autoria.  

 

Formado pela FACHA/RJ em Jornalismo e Publicidade & Propaganda. Fez aulas particulares com Jorge Duran (roteirista de Pixote e Lucio Flávio - Passageiro da Agonia). Fez a Oficina de Roteiro da Rio Filme e inúmeros cursos de roteiro com profissionais da área.

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