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Atualizado: 24 de jun. de 2023


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PERSONAGEM ESSENCIAL, FILME NEM TANTO


por Ricardo Corsetti


A cinebiografia a respeito da famosíssima escritora britânica Emily Bronte (1818-1848), autora do célebre romance O Morro dos Ventos Uivantes (1847), embora bem produzida, não chega de fato a empolgar.

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Talvez isso se deva à inexperiência de Frances O'Connor em sua estreia na direção de longa-metragem, pois, ao longo de suas 2 horas e 10 minutos de duração, há momentos em que o filme pesa como chumbo, devido à ausência de um ritmo narrativo adequado.


Mas Emily tem lá suas qualidades, tais como: a reconstituição de época primorosa, bem como o talento e carisma de Emma Mackey (O Segredo do Lago, 2020) como protagonista que, aliás, lembra muito - até por conta do charmoso sotaque britânico bem marcado - o estilo de interpretação de sua conterrânea Keira Knightley (Orgulho e Preconceito, 2005).

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A propósito, o filme em geral lembra bastante - tanto a estética quanto o tom utilizado - filmes estrelados pela musa britânica Keira Knightley, tais como o já citado Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação (2007) por exemplo, ambos dirigidos pelo competente Joe Wright.

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Pena, porém, que Emily não possua o mesmo brilho proporcionado pelo ritmo narrativo adequado dos filmes de referência citados.


Mas merecem destaque as breves cenas em que a personagem título, digamos assim, experimenta um momento "sensorial", proporcionado pelo consumo de ópio.


O primoroso trabalho de direção de arte, em termos de cenografia e figurinos, também é digno de nota.


Mas sinceramente, é pouco, muito pouco, para se justificar essa cinebiografia a respeito de uma personagem tão historicamente relevante quanto o foi Emily Bronte que, embora seja vista oficialmente como autora de um único livro - o famosíssimo e frequentemente adaptado para o cinema O Morro dos Ventos Uivantes -, é também autora de uma vasta obra poética esquecida e destruída intencionalmente por sua irmã, Anne. E aí reside um dos grandes méritos do filme: nos revelar este fato.


Atualizado: 24 de jun. de 2023


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TRAZENDO O SLASHER/GORE AO UNIVERSO MAINSTREAM NOVAMENTE


por Ricardo Corsetti


Embora não acrescente nada de verdadeiramente novo ao universo dos filmes slasher/gore (clássicos subgêneros do cinema de Horror), Terrifier 2 possui o indubitável mérito de, assim como ocorreu com o já clássico Jogos Mortais (James Wan, 2004) no início do século XXI, trazer o divertidamente sanguinário universo dos subgêneros mencionados ao cinema mainstream (destinado ao grande público).

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Damien Leone (Terrifier, 2016) demonstra talento como diretor, mas não tanto como roteirista, visto que um filme deste segmento jamais precisaria ter 2 horas e 18 minutos, com cena pós-crédito ainda por cima! Sem dúvida, era possível ter "enxugado" bastante coisa na montagem.


Mas Terrifier 2 possui qualidades que compensam esta derrapada em termos narrativos, tais como: um personagem (vilão) muito interessante e a deliciosa trilha sonora claramente de inspiração oitentista, com aquela sonoridade produzida por sintetizadores, típica daquele período.

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Destaque também para a bela e talentosa protagonista vivida por Lauren LaVera (Clinton Road, 2019), uma "final girl" de primeiríssima. Obs: acho absurdas, inclusive, algumas críticas excessivas à sua atuação, afinal, quem, em sã consciência, espera ver uma Meryl Streep (O Diabo Veste Prada, 2005) como protagonista de um slasher/gore?

Detalhe: e que fique claro que eu, particularmente, amo estes subgêneros, e por isso mesmo conheço suas características e convenções bem o suficiente para poder afirmar que LaVera é a protagonista perfeita para este filme.


Para quem já assistiu a alguns dos maiores clássicos do universo slasher/gore, tais como: Terror nas Trevas (Lucio Fulci, 1981), Banho de Sangue (Mario Bava, 1972) e Beyond the Darkness (Joe D'Amato, 1979), por exemplo, Terrifier 2 realmente não traz nada de novo mas, em função de seu caráter de "resgate" e homenagem aos subgêneros mencionados, merece uma boa conferida.


Atualizado: 24 de jun. de 2023


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PARK CHAN-WOOK EM FASE DE TRANSIÇÃO



por Ricardo Corsetti


É no mínimo curioso notar que em seu mais recente trabalho, o já lendário diretor sul-coreano de Oldboy (2003), Park Chan-Wook, parece ter incorporado o cineasta chinês Wong Kar-Wai, diretor do belíssimo Amor À Flor da Pele (2000).

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Pois, apesar da subtrama policial, o que realmente impera em Decisão de Partir, é mesmo o romantismo característico da obra de seu contemporâneo chinês.


Mas isso não quer dizer, de forma nenhuma, que Park Chan-Wook tenha perdido sua personalidade e "assinatura". Afinal, seu trabalho de direção em Decisão de Partir, é mesmo primoroso, caracterizado por uma decupagem bastante elaborada e criativa, além de primar também por um senso de humor muito peculiar.


Há algumas reviravoltas um tanto desnecessárias na trama mas, graças ao talento narrativo do diretor e corroteirista, isso não chega a comprometer o resultado.

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Faltou apenas um pouco mais daquela deliciosa violência estilizada que normalmente caracterizava os melhores trabalhos de Park Chan-Wook, assim como ocorria no já citado e clássico Oldboy.


Obs: o "sadismo engajado" e pseudo-feminista da coprotagonista chegam a lembrar a personagem principal de Audition (1999), do célebre diretor japonês Takashi Miike. Mas de leve, bem de leve.


Em determinados momentos, Decisão de Partir pode até não parecer propriamente um filme de Park Chan-Wook mas, sem sombra de dúvida, é tecnicamente muito bem realizado e só comprova que a Coréia do Sul é, atualmente, uma autêntica super potência cinematográfica.


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Também escreve esquetes de humor para internet (algumas no programa que também produziu chamado Dedo Indicador) e contos ainda não publicados. Atualmente está filmando dois curtas de sua autoria.  

 

Formado pela FACHA/RJ em Jornalismo e Publicidade & Propaganda. Fez aulas particulares com Jorge Duran (roteirista de Pixote e Lucio Flávio - Passageiro da Agonia). Fez a Oficina de Roteiro da Rio Filme e inúmeros cursos de roteiro com profissionais da área.

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