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UMA GRANDE ATRIZ EM AÇÃO


por Ricardo Corsetti


Filmes que utilizam o conturbado período do regime militar brasileiro (1964 - 1985) como pano de fundo não são novidade na cinematografia nacional. Por isso mesmo, não é tarefa fácil abordar (ou retratar) este período sem cair no lugar comum, já exaustivamente explorado por filmes e cineastas de diferentes épocas.

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No caso específico de Aos Nossos Filhos, talvez o fato de ser dirigido pela diva portuguesa Maria de Medeiros (Capitães de Abril, 2000) ofereça o distanciamento necessário à análise dos fatos abordados.

Além disso, a narrativa que acompanha e se utiliza de diferentes tempos históricos: de um lado, a protagonista vivida por Marieta Severo (Carlota Joaquina, 1995 ) - uma ex-guerrilheira sempre atormentada pelos fantasmas do passado -, e do outro, sua jovem filha - vivida por Laura Castro (O Melhor Verão de Nossas Vidas, 2020) - distante dos velhos ideais de sua mãe e muito mais preocupada com sua carreira e o sonho de se tornar mãe (num relacionamento nada convencional, diga-se de passagem). E, no meio de tudo isso, o pai machista - mas adorado por sua filha - vivido por José de Abreu (Antes que Eu me Esqueça, 2017). O choque de gerações, representado pela negação da jovem filha em relação aos ideais e estilo de vida tão indispensáveis a sua mãe, se mostra inevitável.


Sensível e ao mesmo tempo contundente na mensagem de compreensão e tolerância às diferenças (em todos os sentidos), Aos Nossos Filhos, porém, jamais apresentaria a mesma eficiência, se não fosse pela presença de Marieta Severo.


Maria de Medeiros, por sua vez, se revela um tanto inexperiente como diretora, sobretudo no que se refere à decupagem (planos e movimentos de câmera utilizados) pouquíssimo variada e extremamente convencional.


No entanto, a relevância do tema abordado, associada ao desempenho da protagonista, fazem Aos Nossos Filhos, sem dúvida, valer uma boa conferida.






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MITO ETERNO


por Ricardo Corsetti


A cinebiografia do ídolo eterno Elvis Presley (1909 - 1977) se destaca não só pela grandiosidade e óbvia qualidade técnica em termos de produção, mas também por trazer um Baz Luhrmann (Romeu e Julieta, 1996) mais maduro como diretor.

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O estilo "barroco" de Luhrmann, sempre marcado pelo excesso e, sejamos honestos, até pela cafonice em certa medida, aqui se apresenta mais "enxuto" (apesar das 2 horas e 39 minutos de duração do filme que não chegam, necessariamente, a cansar em nenhum momento), apresentando um estilo narrativo mais convencional, mas sem abrir da "assinatura" do diretor, caracterizada por um ritmo ágil, quase de videoclipe.


Em termos de trama propriamente dita, a forma como é apresentada a relação de Elvis com a cultura e música negra é um tanto discutível, visto que ele é sempre apresentado, ao longo do filme, como um sujeito super gente boa, jamais como um explorador daquilo que toda a riqueza cultural e musical afro-americana tinha a oferecer a um garoto branco, bonito e sim, talentoso, num momento em que a segregação racial - sobretudo no sul dos Estados Unidos (região onde Elvis nasceu e cresceu) - era extrema. Não por acaso, há um momento no filme em que o igualmente lendário rei do blues B.B. King (1925 - 2015) diz a ele: "Cara, entenda uma coisa: eu posso ser preso, simplesmente por atravessar aquela rua, mas você é Elvis Presley, entende?"


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O jovem ator Austin Butler (A Casa do Medo, 2015), apesar da não semelhança física real com o Rei do Rock, apresenta uma atuação super competente, sendo capaz, inclusive, de emular com perfeição o timbre de voz de Elvis ao falar, acentuando o característico sotaque sulista, etc. Dizem até que ele teria cantado de verdade em alguns momentos do filme.

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Destaque também para a assombrosa (no bom sentido) composição de Tom Hanks (Forrest Gump, 1994) como o lendário e polêmico empresário do astro Tom Parker (1909 - 1997) que, aliás, nunca foi coronel e nem mesmo Parker.


Um autêntico deslumbre visual, caracterizado por um excelente trabalho de direção de arte, em termos de reconstituição da época e composição de cenografia e figurinos. Aliás, há simplesmente 39 trocas de figurino por parte de Butler e dos demais atores ao longo do filme.


Os números musicais, marcados pelo que há de melhor na história do Blues, Soul Music, Gospel e, claro, Rock n'roll norte-americano, são um show à parte.


Absolutamente imperdível, a cinebiografia do imortal Elvis Presley merece ser vista na tela grande do cinema, o quanto antes!





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VILANIA FOFÍSSIMA


por Ricardo Corsetti


Dando sequência, 7 anos depois, ao mega-sucesso Minions (Pierre Coffin e Kyle Balda, 2015), o novo filme de animação nos apresenta um Gru (protagonista) ainda criança e também o momento em que ele conheceu seus fiéis seguidores. Sim, os cruelmente fofíssimos Minions.

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Embora o filme não saia muito do lugar comum, no sentido de nos apresentar um garoto extremamente mimado por seus pais e, por outro lado, ridicularizado por seus colegas de escola (Gru), o grande mérito dessa sequência é transpor a trama para a década de 1970, o que claramente resulta num belo trabalho de reconstituição de época e, claro, uma trilha sonora de primeiríssima: Breaking All The Rules (Peter Frampton) e School's Out (Alice Cooper), só para citar alguns exemplos.


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A dupla de diretores Kyle Balda (Minions, 2015) e o estreante Brad Ableson mostra-se muito hábil no sentido de conduzir a trama de forma acessível ao público infanto-juvenil, mas tornando-a também interessante ao público adulto, por meio de ótimas piadas que exploram referências de época, presentes na caracterização dos personagens.

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Também é muito interessante constatar que os maleficamente fofíssimos Minions não são nem um pouco maus em sua essência, mas sim, apenas manipuláveis pelo "gênio do mal", ou seja, o pequeno (mas já da pá virada) Gru. Sendo possível, portanto, fazer um claro paralelo acerca de como funciona a manipulação dos "inocentes úteis" por parte da classe política do mundo real.


Minions 2: A Origem de Gru promete ser a grande sensação dessas férias escolares que estão prestes a começar e, sem dúvida, merece uma boa conferida!




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Também escreve esquetes de humor para internet (algumas no programa que também produziu chamado Dedo Indicador) e contos ainda não publicados. Atualmente está filmando dois curtas de sua autoria.  

 

Formado pela FACHA/RJ em Jornalismo e Publicidade & Propaganda. Fez aulas particulares com Jorge Duran (roteirista de Pixote e Lucio Flávio - Passageiro da Agonia). Fez a Oficina de Roteiro da Rio Filme e inúmeros cursos de roteiro com profissionais da área.

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