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QUANDO O CARISMA DE UM ASTRO ESTÁ ACIMA DE TUDO


por Ricardo Corsetti


Desde quando estrelou Busca Implacável (Pierre Morel, 2008) - época em que já não era um garoto, a propósito -, o experiente ator norte-irlandês, Liam Neeson (A Lista de Schindler, 1993), se tornou uma espécie de "astro maduro" de toda uma sequência de filmes de ação, aos quais passou a estrelar com frequência.

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Agora, em Assassino Sem Rastro, se insere nesse mesmo segmento, sem grandes alterações em relação à fórmula básica que vinha sendo seguida pela maior parte dos filmes estrelados por Neeson nos últimos 15 anos, se valendo, sobretudo, do inegável carisma do veterano ator.


Mas há em Assassino Sem Rastro, ao menos, um diferencial em relação aos demais "filmes de ação genéricos" por ele protagonizados, pois há aqui um maior aprofundamento psicológico quanto às motivações de seu personagem: um ex-assassino de aluguel. O flerte com o clássico Cinema Noir se torna então evidente, na figura deste anti-herói atormentado pelos erros do passado e em busca de redenção.

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Do ponto de vista técnico, se trata também de um filme bem realizado pelo já experiente diretor neo- zelandês Martin Campbell (A Profissional, 2021).


O ótimo elenco de apoio, capitaneado por Guy Pearce (Los Angeles - Cidade Proibida, 1997) e pela musa italiana Monica Bellucci (Malena, 2000), vivendo uma vilã de primeiríssima!


Em resumo, embora sem grandes novidades, Assassino Sem Rastro cumpre bem sua função enquanto entretenimento de qualidade, estrelado por um elenco bem acima da média.




Atualizado: 12 de jun. de 2022


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A NOSSA INDÚSTRIA DO ENTRETENIMENTO E DA MANIPULAÇÃO

por Vicente Vianna


O paulistano André Bushatsky, cineasta, roteirista, produtor de audiovisual que já ganhou prêmio no FICI - Festival Internacional de Cinema Infantil com o curta-metragem de animação que dirigiu e roteirizou chamado Miss Dollar (2014), baseado no conto de Machado de Assis. Além de participar do Festival Anima Mundi, escrever roteiros para o desenho infantil Peixonauta, também assinou a direção de programas para o Disney Channel, entre eles Make Your Mark, My Life, Disney Planet e os documentais Palavra Falada e A Arte de ser Músico.

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Agora com o documentário Brasileiríssima envereda pelo impacto cultural e social da telenovela no Brasil. Pelo título noto o orgulho que o autor sente do nosso país ter um produto audiovisual comparável ao Cinema de Hollywood com relação aos Estados Unidos. Da mesma forma que os americanos impuseram ao mundo o “American way of life”, as nossas novelas, principalmente as da Rede Globo, fizeram o mesmo em todo Brasil e em alguns países de língua portuguesa.


De um lado, os americanos querendo impor ao mundo pós guerras as suas crenças, consumismo numa padronização social e, do outro, as novelas brasileiras fugindo da censura dos governos militares (antes no teatro) querendo também mostrar valores e o modo de vida que estávamos vivendo e influenciar para onde deveríamos seguir. Além de também, é claro, fomentar o mercado com venda de produtos e serviços. Porém a criatividade do brasileiro não para por aí, usa-se as novelas como serviço social, abraçando as minorias e causas nobres.


Bushatsky não fica só nos depoimentos de quem fez e faz a teledramaturgia no Brasil, ele vai atrás do público e, como numa novela, usa os recursos de trilha sonora e imagens de cobertura, emociona com suas histórias de transformação. Tanto aqui no Brasil como em Portugal, como é o caso de uma deficiente visual portuguesa, fã do ator brasileiro Tony Ramos.

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Não existe documentário totalmente isento, por mais neutro que um documentarista queira relatar aquele fato, acaba tendo o seu ponto de vista enaltecido. Aqui em Brasileiríssima, por exemplo, é colocado que a novela Cheias de Charme (2012) foi responsável pela lei da empregada doméstica, mas não fala de várias novelas onde a empregada era subserviente.

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Porém, mesmo sendo produzido pela Globo Filmes, o documentário não deixa de citar que, depois da ditadura, o diretor da Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho - o Boni - mantinha uma censura sobre os assuntos que as novelas iam tratar. Tem outros depoimentos que relatam essa efemeridade da televisão. Uma janela que, da mesma forma nos mostra coisas boas também mostra coisas ruins.


Brasileiríssima é um documentário para ser visto por todos os públicos, os mais velhos terão um certo saudosismo e os mais jovens conhecerão mais um pouco da história da nossa teledramaturgia. E ambos não vão poder negar a grande importância da novela na vida dos brasileiros.


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O AMOR É ESTRANHO, A AMIZADE É OURO


Depois de ganhar cinco prêmios - um deles, o de melhor roteiro para Napola – Elite für den Führer (2004) - e uma indicação em Festivais de Cinema Alemão, sua terra natal, Maggie Peren - um pouco antes do início da pandemia - resolve fazer sua comédia romântica e entende que foi bem melhor lançá-la agora, quando o público passou por uma experiência de confinamento, pois sua história tem um loop temporal prendendo os personagens dentro do mesmo dia.

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Zazie tem um relacionamento difícil com a sua família e vai morar com amigos. Um deles é narcoléptico e recebe um cuidado especial quando apaga para não cair e se machucar. O outro é um solteiro mulherengo, ambos fizeram um pacto com Zazie de não se envolverem, inclusive sexualmente. Tudo muda quando chega pelo correio - para Zazie - um convite de casamento de Philipp com Franziska: o seu melhor amigo com sua rival de infância, respectivamente. Zazie põe na cabeça que Phillipp está cometendo o maior erro da sua vida e ela precisa impedir isso, pois percebe que possui um sentimento por ele que pode ser amor. Então a magia acontece, ela cai em um loop temporal. Não consegue sair do dia do casamento. A construção do seu aprendizado, visto nas mudanças das outras pessoas quando se muda o seu comportamento, vai dar ou não o caminho para ela deixar de viver repetidamente nos mesmos erros e picuinhas evitáveis do seu cotidiano.


Impossível não lembrar do “Casamento do meu melhor amigo” (P. J. Hogan, 1997), com Julia Roberts e Cameron Diaz, por se passar no dia do casamento do amigo de infância da protagonista. E também de Feitiço do Tempo (Harold Ramis, 1993), com Bill Murray e Andie MacDowell, por também ter um loop temporal onde o meteorologista Phil usa essa prisão para reconstruir seus sentimentos (assim como Zazie).

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Me vem a cabeça o filme brasileiro Tudo bem no Natal que vem (Roberto Santucci, 2020) e o seriado da Netflix Boneca Russa (Amy Poehler e Natasha Lyonne, 2019). Semelhança só em viver o mesmo dia sempre.


A diretora e roteirista Maggie Peren é fã de comédias românticas americanas. Suas 4 preferidas são: Quatro Casamentos e um Funeral (Mike Newell, 1994), Um lugar chamado Notting Hill (Roger Michell, 1999), Brilho eterno de uma mente sem lembranças (Michel Gondry, 2004) e 500 Dias com Ela (de Mark Webb, 2009). Todas certamente a influenciaram na sua comédia romântica.

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"Quando você escreve e dirige, o resultado final fica o mais próximo do que você queria passar, não tem a visão de outro diretor sobre o seu roteiro, porém não podemos esquecer da edição". Maggie Peren, além de se cercar de ótimos atores, contou com o talento do editor Robert Hauser, que, pela história, teve que repetir imagens e fazer cenas diferentes com elas.


O sitcom Friends - de 1994 - tinha como mote a seguinte questão: Os amigos são a família. Quando saem de casa, muitos jovens vão morar em apartamentos compartilhados. A atriz Alicia Von Rittberg - que faz a protagonista Zazie -, na vida real, desde que saiu da casa dos pais foi morar desta forma, o que lhe deu mais experiência na sua interpretação. Para a diretora/roteirista, o fundamental numa comédia romântica é a química entre o casal, em Um Dia Para Sempre a atriz alemã e o ator bosniano Edin Hasanovic (Lara, 2021) já haviam trabalhado juntos uma vez e se tornaram bem amigos passando essa cumplicidade para a tela. Gosto do casal e de todo o elenco. A personagem de Hasanovic sofre de narcolepsia, uma espécie de epilepsia que faz com que a pessoa apague. Um desafio para o ator que se saiu muito bem.


Um Dia Para Sempre é um bom entretenimento, diverte e nos faz refletir que, entre as várias possibilidades que a vida oferece, temos a liberdade de escolher apenas uma. Haja sabedoria para seguir o caminho do coração.




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Também escreve esquetes de humor para internet (algumas no programa que também produziu chamado Dedo Indicador) e contos ainda não publicados. Atualmente está filmando dois curtas de sua autoria.  

 

Formado pela FACHA/RJ em Jornalismo e Publicidade & Propaganda. Fez aulas particulares com Jorge Duran (roteirista de Pixote e Lucio Flávio - Passageiro da Agonia). Fez a Oficina de Roteiro da Rio Filme e inúmeros cursos de roteiro com profissionais da área.

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