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JASON STATHAM ACIMA DA LEI

por Ricardo Corsetti


Costumo dizer que o ator britânico Jason Statham (Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes, 1998) se tornou um autêntico especialista na arte de interpretar a si próprio (risos). Mas o fato é que a perfeição e inegável carisma com o qual o ex-nadador profissional empreende tal tarefa, surpreendentemente, ainda tornam prazerosa e divertida a experiência de continuar assistindo a seus novos trabalhos.


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Em Beekeeper (longa no qual ele assina a produção geral, aliás), obviamente, isso não é diferente. Pois todas as marcas características de um filme estrelado por Jason Statham, ou seja, tiro, porrada e bomba, estão presentes, é claro. Mas em doses ainda maiores e tecnicamente, muito bem realizadas. O diferencial aqui, em relação a outros trabalhos mais recentes do astro, é ver tudo isso sendo amparado e conduzido por um bom roteiro, capaz de realmente emocionar e fazer com que o espectador (sobretudo quem já passou ou possui um parente, normalmente idoso, que já passou pela situação) se identifique com o drama vivido pela simpática senhora, uma espécie de "segunda mãe" do protagonista, inclusive, ludibriada por golpistas profissionais e sem qualquer escrúpulo. O que, sem dúvida, irá despertar a ira e desejo de vingança, por parte do experiente "apicultor".

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David Ayer (Esquadrão Suicida, 2016) conduz a boa trama - e também as sequências de ação vertiginosas - com muita competência. Num filme que - graças à persona auto-suficiente do protagonista - chega a lembrar o clássico Nico - Acima da Lei (Andrew Davis, 1988), estrelado por outro brucutu famoso: Steven Seagal.


Um ótimo programa de férias, sem dúvida, é ver Beekeeper na tela do cinema e saborear a deliciosa "justiça com as próprias mãos" (em termos metafóricos) empreendida por este carismático e invencível "apicultor" (também em sentido metafórico).

Afinal, preservar e proteger a colméia ou até, se for o caso, substituir uma "abelha rainha" corrupta, está acima de qualquer outro dever.




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FIDELIDADE ACIMA DE TUDO

por Ricardo Corsetti


É fato que posso até ser suspeito para avaliar um filme, em grande parte, protagonizado por cães. Visto que eu simplesmente adoro este ser, merecidamente conhecido como "o melhor amigo do homem".

Aliás, concordo plenamente com a afirmação feita pelo protagonista humano de Dogman, segundo o qual, "o único defeito que eles (os cães) possuem, é confiarem em humanos".


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Dito isso, quanto ao filme propriamente dito, digamos que se trata de um bom retorno de Luc Besson (O Profissional, 1994) à direção pois, sem dúvida, o mais americano dentre os diretores franceses continua muito habilidoso no sentido de construir cenas envolvendo muita ação e - consequente, tensão - e o que é mais importante: sem esquecer do desenvolvimento dos personagens, tornando-os sempre muito humanos e carismáticos aos olhos do espectador.


Nesse sentido, é claro que o inegável talento de Caleb Landry Jones (Nitram, 2021), colabora muito para tornar seu traumatizado e injustiçado personagem num anti-herói para o qual é simplesmente impossível não torcermos o tempo todo.


Apesar da grande ausência de verossimilhança presente em várias cenas do filme (sobretudo as que envolvem os mencionados cães, amigos do protagonista), estamos aqui falando de cinema e não de vida real. Portanto, isso não chega a comprometer a qualidade do filme e, muito menos, sua eficiência em termos narrativos.

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Dogman é um autêntico presente aos amantes deste ser divino chamado cachorro. E, apesar da violência contida em determinadas cenas, creio que pode ser visto e saboreado por crianças e pré-adolescentes nestas férias, até como forma de já se gerar uma muito bem-vinda empatia por parte desse público em relação aos animais e, consequentemente, o devido e merecido respeito a eles.



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BRINCADEIRA AGRIDOCE


por Antônio de Freitas


Meu Novo Brinquedo (James Huth, 2022) é o segundo “remake” de um clássico francês dos anos 70, O Brinquedo (Le Jouet, 1976), que foi dirigido pelo internacionalmente aclamado Francis Veber (A Gaiola das Loucas, 1978). Só de ser uma história saída da cabeça do homem que adaptou a peça A Gaiola das Loucas e a transformou na comédia francesa de maior sucesso de todos os tempos nos dá esperança de ver um filme, ao menos, inspirado. Antes dele houve um "remake" americano dirigido por Richard Donner (1930 - 2021), o diretor de Superman: O Filme (Superman,1976), e estrelado por Richard Pryor (1940-2005), que não chegou a ser um sucesso estrondoso, mas agradou geral aos fãs do humor escrachado de Pryor. Quem já viu esse filme nas sessões da tarde de TV vai poder vê-la sendo feita usando outro tipo de humor, mais elegante, sutil e com pitadas de críticas sociais.


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Jamel Debbouze (O Fabuloso Destino de Amélie Poulain, 2001) interpreta Sami Cherif, um imigrante do Oriente Médio que se vira vendendo bugigangas em feiras e está em apuros por não conseguir pagar as contas. A situação está pior ainda por ter uma esposa que está grávida e ameaçada de demissão assim como seus amigos. Mas consegue um emprego em uma loja de produtos sofisticados e, no primeiro dia de trabalho, é pego dormindo por um grupo de executivos que está ali para mostrar a loja para o herdeiro de tudo aquilo, Alexandre Étienne. O menino ordena de forma tirânica que Sami o acompanhe para brincar com ele pelo resto do dia. Pressionado pelos superiores, Sami aceita a tarefa e, depois de apenas uns minutos com Alexandre, percebe que o menino é um tremendo monstrinho mimado desprovido de escrúpulos ou respeito pelos outros.

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Depois de ser submetido a situações vexaminosas onde é tratado como verdadeiro brinquedo, Sami decide pular fora. Mas o pai do garoto, o bilionário Philippe Étienne, interpretado pelo sempre magnífico Daniel Auteil (Rainha Margot, 1994), lhe oferece uma gorda quantia para que aceite ser saco de pancadas do moleque. Sami, pensando em seus problemas financeiros, aceita. A partir daí temos uma série de situações engraçadas onde ele é humilhado das mais diversas formas, ao mesmo tempo que aparece um crescente questionamento de Sami quanto ao fato de estar vendendo sua dignidade para agradar a um menino astronomicamente rico e mimado demais.


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Ao contrário do filme americano, que apostou pesado em comédia pastelão, este filme vai se transformando de comédia cínica para um drama onde o protagonista descobre o motivo do menino ser assim. Tocado por isso, Sami se empenha em tentar dar um jeito naquela família que, apesar dos bilhões em dinheiro, é muito pobre em amor. Nessa intentona, Sami ainda vai tentar incutir no pai bilionário umas ideias mais humanistas e assim salvar milhares de trabalhadores da demissão.


O que temos aqui é um filme de premissa simples com estrutura clássica e bastante linear. Tem os clássicos 3 atos onde se vê a apresentação, o confronto e a resolução de um problema. O protagonista tem seu arco dramático que sai da perda da dignidade e anulação de si mesmo para condutor de ideias e transformador do universo ao redor. Segue a cartilha da comédia clássica do cinema norte-americano, mas consegue dar o elegante toque francês e chegar a um filme de personalidade forte, com um discurso muito mais enriquecedor do que a versão americana.  Não chega a ser um filme imperdível, mas é uma saborosa e esplendidamente bem feita comédia agridoce que vai agradar a aqueles amantes do gênero que resolverem experimentar produções do “além Hollywood”.





 

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Também escreve esquetes de humor para internet (algumas no programa que também produziu chamado Dedo Indicador) e contos ainda não publicados. Atualmente está filmando dois curtas de sua autoria.  

 

Formado pela FACHA/RJ em Jornalismo e Publicidade & Propaganda. Fez aulas particulares com Jorge Duran (roteirista de Pixote e Lucio Flávio - Passageiro da Agonia). Fez a Oficina de Roteiro da Rio Filme e inúmeros cursos de roteiro com profissionais da área.

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