
EUA: A POLÍCIA DO MUNDO SEMPRE VIGENTE
por Ricardo Corsetti
Produções norte-americanas, seja no contexto das duas grandes guerras mundiais, seja fazendo menção aos eternos conflitos entre países do Oriente Médio, onde os Estados Unidos da América são vistos como a autêntica "polícia do mundo" sempre vigilante em busca da manutenção da "liberdade e democracia" ao redor da Terra, não são novidade na história do Cinema.

Nesse sentido, o recente Missão de Sobrevivência, estrelado pelo astro escocês Gerard Butler (300, 2006) não avança nem um milímetro em relação aos clichês estabelecidos para este tipo de filme.
Mas, ao menos o diretor norte-americano Ric Roman Waugh (Invasão ao Serviço Secreto, 2019) o faz com competência técnica, em termos de direção, nos oferecendo um "drama de ação" com ritmo relativamente ágil e com bom elenco.
O problema é quando, em determinados momentos, a trama descamba para o melodrama excessivo, apelando para o uso de questões relacionadas à vida pessoal do protagonista de forma totalmente desnecessária ao desenvolvimento da história/narrativa. E a trilha sonora, exageradamente emotiva, compromete ainda mais o resultado.

Outra coisa a se destacar é o curioso fato de que, já há alguns anos, Gerard Butler (agora um homem de meia-idade), assim como já havia ocorrido anteriormente ao astro norte-irlandês Liam Neeson (Busca Implacável, 2008), tardiamente se converteu numa espécie de herói maduro de filmes de ação.
Enfim, voltando a falar especificamente sobre Missão de Sobrevivência, não há muito a se dizer a respeito, além de qualificá-lo como um bom "drama de ação", estrelado por um ator carismático e tecnicamente bem realizado. Mas ainda é pouco para classificá-lo como um filme minimamente acima da média.
Atualizado: 30 de jul. de 2023

UMA BOA PREMISSA DESPERDIÇADA
por Ricardo Corsetti
Sinceramente, poucas vezes fui a uma sessão de cabine de imprensa (lotada, a propósito) em que era visível, tanto a boa expectativa em relação a um filme, quanto a imensa decepção generalizada pós sessão, conforme ocorreu no caso de O Convento.

Talvez a elevada expectativa inicial em relação ao longa se deva ao fato de aficcionados, como eu, pelo gênero horror saibam que, quase sempre, tramas envolvendo freiras e conventos costumam render ótimos filmes do gênero, tais como o ultraclássico polonês Madre Joana dos Anjos (Jerzy Kawalerowcys, 1961), por exemplo.
Infelizmente, porém, o longa dirigido e corroteirizado pelo britânico Christopher Smith (Riviera, 2020) é pura decepção graças a diversos fatores: trama capenga e mal desenvolvida cheia de cenas e momentos desconexos, efeitos especiais que chegam a ser verdadeiramente risiveis, graças a tosquice técnica com a qual são realizados, etc.
Em suma, apesar do bom elenco capitaneado pela sempre carismática Jena Malone (Donnie Darko, 2001), pouquíssima coisa se salva ou merece destaque, nessa produção bastante equivocada.

Talvez algumas belas locações - aparentemente localizadas na Espanha, por exemplo -, onde ocorrem determinadas passagens da história, possam também ser dignas de nota. Mas, realmente, ainda é muito pouco para se justificar a existência dessa sucessão de equívocos chamada O Convento. Uma pena mesmo.

LINDA EMBALAGEM, PARA UM CONTEÚDO APENAS RAZOÁVEL
por Ricardo Corsetti
Creio que a primeira coisa a ser dita sobre o filme em questão é destacar o autêntico "crime" por ele cometido, no sentido de aproveitar tão mal um ator do porte de Sam Neill (Jurassic Park, 1996) que, praticamente, foi utilizado como "figurante de luxo", com função absolutamente secundária na trama. Triste e desrespeitoso desperdício de seu talento, lamentavelmente.

No mais, pouco há a se destacar nesse misto de ficção científica/fantasia/comédia que mais parece um amontoado de referências mal utilizadas: As Crônicas de Nárnia (Andrew Adamson, 2005), Harry Potter (Chris Columbus, 2005), Os Excêntricos Tenenbaums (Wes Anderson, 2001), etc.
Aliás, por falar em Os Excêntricos Tenenbaums, é visível que esta recente produção inglesa, dirigida pelo australiano Jeffrey Walker (O Casamento de Ali, 2020), tenta emular, sem sucesso, aquele típico humor "fofinho", característico do diretor de "Tenenbaums", Wes Anderson.
As tiradas cômicas quase sempre não funcionam, pois os personagens, em sua quase totalidade, não são carismáticos. Nem mesmo o "vilão" vivido pelo quase sempre ótimo Christoph Waltz (Bastardos Inglórios, 2009) que aqui está excessivamente caricato.

Realmente pouca coisa se salva ou é digna de nota em O Portal Secreto, com exceção do ótimo trabalho de direção de arte e também a bela fotografia. Mas isso é mesmo muito pouco para tornar O Portal um filme realmente relevante.









































