top of page
Postagens recentes

Atualizado: 23 de jun. de 2023


ree

RELEMBRANDO OS ANOS NÃO TÃO DOURADOS

por Ricardo Corsetti O novo filme do cineasta brasiliense José Eduardo Belmonte, autor de A Concepção (2006) e Se Nada Mais Der Certo (2008), tem como pano de fundo o conturbado período situado entre 1964 e 1985, ou seja, as duas décadas em que o Brasil viveu sob o regime militar.

ree

Boa reconstituição de época (embora o filme se passe em dois períodos distintos, na verdade) e uma atuação convincente de seu protagonista, vivido por Johnny Massaro (O Filme da Minha Vida, 2017) são, talvez, os únicos méritos do filme. O espírito de rebeldia e contestação que caracterizava o universo jovem da época, mais especificamente situado em 1973, ou seja, período dos "anos de chumbo" do governo Médici, é retratado com competência, inclusive ao apresentar as contradições internas e até certa ingenuidade por conta da geração que se propunha a "mudar o mundo". Destaque, por exemplo, para a cena em que um colega de faculdade da coprotagonista vivida por Júlia Dalavia (Até que a Sorte nos Separe, 2012), do tipo que vive pregando o desapego às coisas materiais, bem como a revolução, etc; aperta o controle do alarme de um automóvel, um Honda Civic, diga-se de passagem, e é questionado por sua amiga: "Ué, trocou de carro?" Ao que ele responde: "Não, este peguei empregado de papai, pois o meu está na oficina mecânica".

ree

É também interessante notar que o filme parece representar uma espécie de, digamos assim, retorno às origens por parte de Belmonte, graças a seu viés razoavelmente autoral. Visto que, após seus primeiros trabalhos acima citados, o diretor havia optado por filmes bem mais comerciais. Por retratar toda a turbulência e contradições internas que caracterizavam aqueles anos não com competente reconstituição de época, O Pastor e o Guerrilheiro talvez valha a conferida - principalmente se for às quartas -, mas deixe seu cérebro em casa.


Atualizado: 23 de jun. de 2023



ree


DIVERSÃO ESCAPISTA, MAS QUE FUNCIONA BEM


por Ricardo Corsetti


Desde quando a escritora norte-americana Anna Todd lançou After, em 2014, inaugurando assim um novo subgênero literário que viria a ser batizado como "New Adult", outros diversos títulos na mesma linha e com a mesma temática invadiram o mercado literário e, posteriormente, também o cinema.

ree

Nesse sentido, Belo Desastre, escrito por Jamie McGuire em 2019 e agora lançado em versão cinematográfica, se insere na mesma linha/filão de mercado.


Mas, ao menos Belo Desastre, em sua versão cinematográfica, tem a vantagem de não se levar tão a sério, se auto ironizando o tempo todo, por exemplo, em relação à frieza dramática da versão filmica de After, lançada em 2019.


Embora afilhado direto do filme citado, a narrativa de Belo Desastre flui bem e cumpre seu propósito de divertir o público, sobretudo na faixa dos 20 aos 30 anos, sem grandes pretensões que tentem ir além da diversão escapista por si só.


O diretor e roteirista Roger Kumble, autor também do ultra-clássico Segundas Intenções (1999), acerta a mão na condução da trama, conseguindo - inclusive - imprimir sua marca registrada: o humor politicamente incorreto e o apelo sensual. Obs: isso, claro, dentro do que o padrão do pudico e "correto" cinema contemporâneo é capaz de permitir, é claro.

ree

A jovem dupla de protagonistas (já na casa dos vinte e poucos ou trinta anos, aliás), não é necessariamente um primor em termos de atuação. A bela Virginia Gardner (A Queda, 2022), justiça seja feita, apresenta um desempenho bem melhor do que seu par masculino Dylan Sprouse (Meu Namorado Fake, 2022). Porém, dentro do esperado, ambos não comprometem o resultado e, claro, são um autêntico colírio para olhos masculinos e femininos.


Em resumo, boa diversão com algumas cenas de ação bem dirigidas - diga-se de passagem - e com claras citações a Clube da Luta (David Fincher, 1999). \em alguns momentos, Belo Desastre funciona muito bem enquanto entretenimento assumido, com belos corpos à mostra e senso de humor na medida certa.




ree


DIVERSÃO ESCAPISTA DE PRIMEIRA


por Ricardo Corsetti

Inspirado no clássico jogo de RPG homônimo no qual, inclusive, se basearia também o famosíssimo desenho televisivo Caverna do Dragão (1983-1987), o mais novo filme da franquia Dungeons and Dragons é diversão garantida, sem sombra de dúvida.

ree

Estrelado pelo ex-galã Chris Pine (Não Se Preocupe, Querida, 2022), pela eterna durona Michelle Rodriguez (Machete, 2010) e por outro ex-galã Hugh Grant (Quatro Casamentos e um Funeral, 1994), "Honra e Rebeldes" trata-se de um autêntico show de efeitos especiais onde a trama, embora simples e previsível, funciona muito bem.


Quanto ao elenco, Chris Pine mostra carisma e até uma relativa evolução como ator. Hugh Grant, por sua vez, está impagável como um divertido vilão de primeiríssima. O ponto fraco, sem dúvida, é mesmo Michele Rodriguez, que parece eternamente interpretar o mesmo papel da "mulher durona e inflexível" que marcou praticamente toda a sua carreira.

ree

Em termos gerais, o desenvolvimento do filme é tão bem conduzido pela - relativamente jovem - dupla de diretores Jonathan Goldstein e John Francis Daley (A Noite do Jogo, 2018) que as 2 horas e 14 minutos de duração fluem tranquilamente, sem nunca pesar ou gerar desinteresse ao espectador.


Típico "filme para toda a família", Dungeons and Dragons - Honra Entre Rebeldes tem tudo para agradar os mais diferentes públicos e ser um dos grandes sucessos deste final de verão brasileiro.


Search By Tags
  • Facebook Classic
  • Twitter Classic
  • Google Classic
Featured Posts
Follow Us

Também escreve esquetes de humor para internet (algumas no programa que também produziu chamado Dedo Indicador) e contos ainda não publicados. Atualmente está filmando dois curtas de sua autoria.  

 

Formado pela FACHA/RJ em Jornalismo e Publicidade & Propaganda. Fez aulas particulares com Jorge Duran (roteirista de Pixote e Lucio Flávio - Passageiro da Agonia). Fez a Oficina de Roteiro da Rio Filme e inúmeros cursos de roteiro com profissionais da área.

bottom of page