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Atualizado: 23 de jun. de 2023


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SAGA INFINDÁVEL


por Ricardo Corsetti


É fato que a jovem dupla de diretores Tyler Gillett e Matt Bettinelli-Olpin (Casamento Sangrento, 2019) conseguiu o que parecia ser simplesmente impossível, ou seja, revitalizar a saga iniciada em 1996 pelo grande e saudoso Wes Craven (diretor) e Kevin Willianson (roteirista), idealizadores do já imortal Pânico (1996).

E o que é melhor: respeitando o legado deixado pelos já citados criadores da mais famosa e bem sucedida franquia dos anos 90.

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No entanto, a necessidade (ou opção) de parecer "inteligente" o tempo todo - à qual "Pânico 6" se auto-impõe - por meio do frequente uso da metalinguagem, visando satirizar/reverenciar todos os clichês do subgênero slasher, soa um tanto artificial em certos momentos. Mas nada que chegue a comprometer o bom resultado em termos gerais.


A fidelidade a uma regra fundamental à realização de um bom slasher, ou seja, a violência explícita, com sangue jorrando na tela a cada 5 minutos de filme, é um dos pontos altos da trama.


Porém, um pecado capital é também aqui cometido, graças à concessão aos padrões politicamente corretos e ao neo-moralismo contemporâneo que, fatalmente, resulta na realização de um filme pudico e assexuado. Sim, não há uma única cena de sexo ao longo de toda a trama.

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Ora, qualquer fã minimamente familiarizado com o universo e regras do subgênero sabe que slasher sem sexo é, digamos assim, como churrasquinho de rua sem farofa: insípido.


A boa direção, que confere ritmo ágil e o elenco carismático, capitaneado pela bela Melissa Barrera (Um Bairro em Nova York, 2021) e também pela atual queridinha de Hollywood Jenna Ortega (Wandinha, 2022) equilibram o jogo e, apesar das ressalvas mencionadas, tornam Pânico 6 agradável de ser assistido. E, convenhamos, quase 30 anos após o início da - aparentemente infindável - franquia, termos um sexto episódio minimamente "assistível", sem dúvida, já está de bom tamanho.


Atualizado: 23 de jun. de 2023


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MAIS DO MESMO, COM ALGUMA PERSONALIDADE


por Ricardo Corsetti

É fato que qualquer fã de cinema de horror, minimamente familiarizado com as convenções e clássicos absolutos do gênero, percebe de imediato, que 13 Exorcismos bebe direta e fartamente de duas fontes/ referências básicas: Carrie, A Estranha" (Brian De Palma, 1976), por conta de sua protagonista claramente oprimida pelo fanatismo religioso (católico) de sua mãe e, em segundo lugar, O Exorcista (William Friedkin, 1973) no desenvolvimento da trama.

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Mas isso não significa que 13 Exorcismos seja, necessariamente, um filme ruim ou sem qualquer personalidade. Pois o diretor Jacobo Martinez, embora estreante nessa função, conduz a trama com razoável desenvoltura, embora, convenhamos, seja difícil nos convencer, enquanto expectadores, que num espaço de tempo tão curto (já que o filme possui apenas 1h40 min.), de fato, ocorreram 13 Exorcismos (rs).

Mas, felizmente, o carisma e boas atuações dos personagens envolvidos na história, compensam alguns deslizes em termos narrativos.


O fato de se tratar de um filme espanhol (latino) acaba, fatalmente, reforçando o caráter um tanto melodramático da trama. Mas isso não é propriamente um problema, pelo contrário, pois acaba conferindo um humor quase involuntário, em determinadas situações.

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A boa trilha sonora também colabora bastante no sentido de manter o clima de tensão constante ao longo de todo o filme.


Longe de ser o mais original ou criativo filme de horror nos últimos anos, 13 Exorcismos, porém, cumpre relativamente bem sua função enquanto entretenimento descompromissado.



Atualizado: 23 de jun. de 2023


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HUMOR CONTUNDENTE


por Ricardo Corsetti


"Nós trabalhamos com algo que tem assegurado a democracia ao redor do mundo: granadas. Anteriormente, nosso principal produto, eram 'bombas anti-pessoais', também conhecidas como, minas terrestres". Eis apenas um pequeno exemplo da fina e deliciosa ironia que percorre toda a trama de Triângulo da Tristeza, filme vencedor da Palma de Ouro, na última edição do Festival de Cannes, escrito e dirigido pelo sueco Ruben Ostlund (The Square - A Arte da Discórdia, 2018).

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Toda a hipocrisia que caracteriza o mundo contemporâneo, presente no discurso de "igualdade de gêneros, racial e social" - vendida pelo universo da publicidade e da moda, por exemplo - é aqui desmontada com muito senso de humor, visando revelar que na prática, o que nos cerca diariamente é um reino de preconceitos de toda a natureza, filtrado por muita hipocrisia e afetação.


Destaque para a cena em que uma rica senhora européia, dentro de uma jacuzzi e tomando champagne francês, diz à funcionária do navio que a serve: "No fundo, somos todos iguais". E claro, o desfecho em que temos uma espécie de vingança do proletariado contra seus "cordiais" opressores, também é digna de nota.

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A presença da bela e charmosíssima atriz sul-africana Charlbi Dean (Don't Sleep, 2017) - recentemente falecida, aliás - vivendo a top model Yaya, também merece destaque.

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Obs.: Ecos de As Invasões Bárbaras (2003) do franco-canadense Denys Arcand, são facilmente identificáveis no humor inteligente e relativamente intectualizado que caracteriza todo o filme.


Obs. 2: Salvo a duração um tanto desnecessariamente longa (2h37 min.), na maior parte do tempo é mesmo uma delícia acompanhar as situações vividas em Triângulo da Tristeza, tais como o hilário embate entre um oligarca do Leste Europeu e o divertidíssimo capitão de navio marxista, vivido pelo sempre ótimo Woody Harrelson (Assassinos por Natureza, 1994).


E você aí, meu caro, já comprou sua "bota de pedreiro customizada" da Balenciaga por módicos 10 mil reais e assim ajudou a tornar o mundo um lugar pior, quer dizer, melhor?



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Também escreve esquetes de humor para internet (algumas no programa que também produziu chamado Dedo Indicador) e contos ainda não publicados. Atualmente está filmando dois curtas de sua autoria.  

 

Formado pela FACHA/RJ em Jornalismo e Publicidade & Propaganda. Fez aulas particulares com Jorge Duran (roteirista de Pixote e Lucio Flávio - Passageiro da Agonia). Fez a Oficina de Roteiro da Rio Filme e inúmeros cursos de roteiro com profissionais da área.

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